benedictus

Thursday, September 13, 2007


QUANDO NOS ABSOLVEMOS


A culpa que deveria ter caído sobre fulano ou beltrano, não caiu coisa nenhuma. Os apelos pela manobra, e a via rápida da circunstância mais favorável, tem sido amigas íntimas do poder. Em quase todas as esferas. Fulano e beltrano são como se fossem você e eu, lá. Eles nos representam. Foram levados pela via democrática do voto, também contaminada pelas manobras e sutilezas, mas ainda é o que temos. Mas na verdade não somos assim. Portanto, quem está lá?
Quando os pares da casa dizem que fulano não é culpado, eles querem dizer também que beltrano nada deve. E eu com isso? E você? Devemos, ou melhor, devíamos tomar alguma providência. Quem não deve é quem teme neste país. Pois muitos dos que realmente devem, passam pelo afago do corporativismo e se embrenham conchavos adentro. Ficam quase ilesos. Escapam por um tempo e conseguem sobreviver politicamente. Digo politicamente porque a sobrevida de gente corrupta acontece numa dimensão que a maioria dos mortais eleitores desconhece. É uma farsa disfarçada de conduta.
O Brasil tem sido espancado. A violência que nos ronda não apenas invade nossas casas ou aumenta nossas grades. Ela violenta nossa esperança. Sacode nossos sonhos e dá uma cusparada no bom-senso nosso de cada dia. Políticos decidem uns pelos outros, sem levar em conta a ética e a opinião pública. Sem levar em conta a constituição e o decoro. Sem levar em conta a conta que será paga, porque esta somos nós que pagamos.
Penso que deveríamos nos absolver também. Declarar que somos inocentes. Votamos e acreditamos em muitos homens e mulheres que não nos disseram de verdade quem eram. Ou eram de verdade quem são, e nós enxergamos outros. Nos bastidores, corredores e gabinetes, ou no secreto de uma decisão muito além do voto, eles de fato aparecem. Sugam, compram, vendem, trocam, leiloam, vasculham, corrompem e são corrompidos como um modo de ser. Um jeito brasileiro de conduzir o que os brasileiros não precisam saber.
Inocentemo-nos uns aos outros. Cidadão e cidadã do Brasil, ninguém nos culpe. E, por favor, não nos cobrem nada. Estamos com saldo positivo. Trabalhamos duro, pagamos altas taxas, não recebemos quase nada em troca. Uma bolsa aqui, uma migalha ali, uma fila cheia acolá. Mas vida mesmo, não. Qualidade, perspectiva, seriedade, sobriedade, é disso que estou falando. É disso que sentimos falta. Ética, consideração, respeito...
Somos e estamos inocentes. Permaneceremos assim. Pena que tão calados, tão ausentes da vida pública e passivos, inertes, na base do ah é, sem lutar, sem exigir que parem de bater em nossa cara assim. Seja ao vivo, ou em sessões secretas. Parem de nos humilhar tanto. Respeitam ao menos nosso voto. Já que nossa dignidade foi jogada na latrina. O argentino diz: “Não me passa nada”. Mas aqui passa, no velho Brasil de guerra, onde passa boi passa boiada.


domingues@sgcrondonia.com.br

Friday, April 27, 2007

responda

quando as marcas cicatrizarem
as letras ficarem apagadas
em algumas páginas amareladas
e os céticos insistirem que tudo se foi
não creia
relute
quando as fórmulas não funcionarem
nem os métodos se mostrarem
eficazes
e os dogmas se provarem vazios
não duvide
lute
quando o vento não soprar
e a chuva demorar a cair
chore
transforme suas lágrimas em uma doce oração que não pede
só espera
e agradece

Sunday, April 01, 2007

Thursday, March 29, 2007

o poeta é um poema inacabado
grande barriga resplandescente
careca
lá vai o poeta
e sua alma maltrapilha
no alto da pilha
num papel ensebado
o poema inacabado
quer que a gente diga:“se as coisas vão mal
deixe que vão
se as coisas vão bem
não diga que não”
antonio thadeu wojciechowski e marcos prado

ando cansada de espreitar pela janela de meu carro

para ver se o vizinho me aponta a metralhadora

ou se é apenas um conhecido
me cumprimentando


lya luft
veja / 28 de março

Fonte da Saudade

A SAUDADE INCOMODA...
MEXE COM A GENTE NUM LUGAR DO CORAÇÃO ONDE NÃO CABE MAIS NINGUÉM.
DÁ VONTADE DE FUGIR, DE PENSAR EM OUTRA COISA...MAS A SAUDADE CANTA UMA MÚSICA BONITA, DOCE, INESQUECÍVEL.
TEM UMA VOZ QUE DÁ RISADA, GRITA, SE LAMENTA, CHORA.
A SAUDADE TEM MOMENTOS QUE DÁ VONTADE DE BUSCAR, TRAZER DE VOLTA, RESSUSCITAR.
AH SAUDADE!
VOCÊ APRONTA CADA UMA.
A VIDA, A GENTE VAI LEVANDO, E DE REPENTE, VEM VOCÊ, COM AQUELA IMAGEM, AQUELE CHEIRO, AQUELE SILÊNCIO...UMA VIAGEM.
TUDO BEM, NÃO QUERO DERROTAR MINHAS LEMBRANÇAS, MAS OLHA,
PEGA LEVE!
MANDA JUNTO COM AS MEMÓRIAS UM COPO DE ÁGUA DA TUA NASCENTE.
PODE SER QUE NÃO SACIE A MINHA SEDE...MAS CERTAMENTE VAI ME AJUDAR A VIVER MAIS UM DIA... LEMBRANDO, SONHANDO, QUERENDO!


Beni Domingues

Wednesday, March 28, 2007

saiu no jornal

EMPLACANDO O GOL MIL

Ele não marcou o milésimo contra o Mengão por causa do pé salvador do goleiro que carrega a maior mala do futebol atual, Bruno, que também pode entrar para os anais do esporte como um dos arqueiros mais mascarados que já vestiram o manto sagrado rubro-negro. Quanto ao Baixinho, acho que vai emplacar o gol mil em cima do Botafogo, único dos grandes do Rio que não contou com seus gols a favor. No Detran aqui não dá pra emplacar porque vive fora do sistema

PIMENTA NO OLHO DOS OUTROS

É verdade, foi um refresco no olho da concorrência a surpreendente vitória do Pimentense sobre o União no sábado à noite, em Cacoal. Ninguém imaginava que o time que pintava como saco de pancada pudesse aprontar em pleno Aglair Tonelli. Sinal de alerta ligado para o Gênus de Porto Velho. Elenco reduzido pode trazer prejuízo no final das contas.


TIMÃO DO CHUTÃO

Enquanto Leão continuar mandando seus três zagueiros dar chutão pra frente, até contra adversários frágeis, sem a menor condição para seu ataque, o Corinthians vai ficar nessa pindaíba. Torcedor amigo pode se preparar para a gozação: o Timão vai ser único dos grandes de fora do quadrangular final do Paulistão. A pá de cal será jogada no meio de semana na Vila.

CLÁSSICO NO CORAÇÃO

Em Ji-Paraná as torcidas já estão tirando a camisa do armário e a bandeira da garagem. Quinta-feira tem Coruja contra o Galo da BR no Biancão. O Ji-Paraná vem de derrota em Vilhena e a Ulbra, que empatou pela Copa do Brasil, venceu o jogo de estréia contra o Pimentense. Mas, como clássico não respeita estatística, o jogo da semana promete ser o mais emocionante do Estadual até aqui.

TRIO MÁGICO

Finalmente o técnico da seleção brasileira se rendeu ao óbvio. Com um guarda-roupa simples, simplificou na escalação também. Kaká e Ronaldinho no meio, e mais Robinho e Fred no ataque. Agora Ronaldo entra em forma e o trio mágico dá lugar ao velho quarteto, embora o técnico da seleção abomine a nomenclatura. Pode até detestar, mas não negar: Robinho, Kaká e Ronaldinho tem que jogar juntos sempre. O Fenômeno cabe bem também, nem que seja de lado.

E POR FIM

Uma nota de lamento ao descaso de nossas autoridades nem sempre responsáveis. Atletas de Rondônia, com qualidade de sobra para representar o Estado em várias modalidades, simplesmente não dispõe ainda de um projeto de apoio financeiro. Em função disso, continuam de pires na mão implorando apoio. No lugar do pódio, ficam de gabinete em gabinete pensando em ir embora.

Monday, March 20, 2006

começar é sempre ser


de todos os dias
hoje
em todo tempo
o amanhã
mas não esqueça
quando puder
lembre-se